sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Escombros (19/01/2010)


Pedaços de mim que se encontravam no chão,
No dia em que partiste.

A poeira que eu mesma
Usei para te cegar no caminho.
Por todo lado, era só a mim que tu vias.

Tropeçaste em mim,
Mas não desististe.
Continuaste a caminhar,
Com cada pedaço de pedra debaixo dos teus pés,
Cada pedaço de mim,
Ignorado ao longo do caminho.

Mas, ainda assim,
Hoje tentas voltar,
Mas o caminho mudou.

Não encontras pedaços no chão,
Não existe poeira para te cegar.

Tudo o que resta do passado é o chão em que pousei.
E nesse mesmo chão,
Um castelo novo construi.

Agora, erguida e forte,
Me olhas..
Perguntas-te onde arranjei tamanha força,
E sentes a tua fraquesa voltar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um Poema Ao Mundo (22/12/2009)


O que é poético hoje em dia?
Uma criança que passa fome,
Ou uma guerra que nunca acaba?

Gostaria de escrever coisas bonitas
Se sobre coisas bonitas houvesse algo para escrever.

Poético não é uma mulher espancada,
Ou uma floresta devastada.

Até escreveria palavras doces,
Se mel houvesse no sorriso da criança
Que pega no seu novo brinquedo.

Num mundo cheio de belezas e desastres,
eu me perco.

Deixo-me vencer
Pelo cansaço de uma vida curta

Porque neste mundo,
nem as palavras alimentam esta fome de poesia
Num mundo tão cruel e perdido.

Um dia, alguém nos encontrará,
Meu amigo.