terça-feira, 28 de abril de 2009

Doce Veneno (13/07/2006)


Ontem olhei para o espelho
Tive a imagem de um outro mundo
Reparei numa rapariga
Estava feliz,
Sorria, e espalhava a alegria
Descontrolada,
Conseguia controlar tudo
Só de a ver sorri...

Era um mundo tão definido
Perfeito, talvez...
O céu azul,
A água brilhava á luz do sol e da lua
De dia era calmo
Á noite tudo se iluminava com a luz do luar
os olhos dela brilhavam,
como duas gotas que caíram do oceano...

Quando me apercebo,
Vejo nuvens a chegar
Algo estranho nesse mundo
Onde nada se podia esperar
Senão a felicidade em que se vivia
A rapariga, quieta, olha a lua
E perante os seus olhos a vê desaparecer
Rodeada por nuvens
E fica frio...
As gotas do oceano,
eram agora gotas do mar morto
Onde nada existe...

Está imóvel...
Não tem qualquer reacção
Algo está errado,
Onde está aquela vida tão alegre?
Aquele mundo tão doce e desejável?
Ela errou,
Algo fez com que tudo muda-se de repente...

Ela pousa as suas mãos na terra molhada pela chuva
Está sentada no chão
E já não é só a chuva que a molha,
mas sim as lágrimas que aqueles olhos deitam
Foi-lhe dado o fruto proibido daquele mundo
Um veneno tão doce que vai matando,
sem se notar...
Não nos apercebemos,
E quando o fazemos é tarde!

O mundo que era perfeito
Agora é de lágrimas...
O veneno vai matando tão lentamente
Que tudo parece bem ate ao final
Até ao último segundo e nos mata de vez
Vamos morrendo sem sabermos
Enquanto pensamos que está tudo bem...

E o mundo desaba...
A rapariga cai no chão...
Mas com um estranho sorriso na cara...
Sabe que não o vai poder experimentar outra vez
Fica contente por isso no seu último segundo
E por isso, vai em paz
Em silêncio...
E o coração sorri-lhe,
Por saber que não irá sofrer mais!

A morte mais doce
A queda do juízo
Tudo o que sentimos se descontrola
É uma morte lenta, doce...
O doce veneno,
O amor...

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